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| ARNALDO JABOR. Afinal de contas, o que ele entende de sexo? |
discussão aberta tendo a mim e ao mundo como temas.
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| Primavera, Carl Larsson |

A invasão de dados sigilosos de membros do PSDB e familiares do candidato à presidência José Serra mostra o quanto o PT se sente protegido pela opinião pública para praticar atos ilegais. O partido passou a abusar da popularidade aderindo a pratica da bisbilhotagem e arapongagem. Blindado pelo povo e dentro da velha máxima de que os fins justificam os meios, o PT não poupa esforços para vencer as eleições e se afirmar no poder.
Além da violação de dados relacionados com a Receita Federal, o PT também se envolveu na confecção de um dossiê do candidato José Serra montando uma quadrilha de espionagem que envolveria até um ex-delegado da polícia federal e um egresso da inteligência da FAB.
Difícil tem sido para José Serra explicar aos eleitores -- em que a maioria nunca sequer declarou imposto de renda na vida -- a gravidade dessas violações. O Presidente da República, cuja principal ocupação deve ser governar o país, tem aparecido diariamente na televisão para incitar seus apoiadores. O presidente disse que Serra partiu para a “baixaria”. Será baixaria demonstrar indignação por ter a vida pessoal de seus parentes revirada pela espionagem petista?
A seu turno, no exílio, em entrevista dada à revista Istoé, FHC revelou estar de malas prontas para a Europa. Na propaganda partidária do PSDB o ex-presidente não apareceu uma única vez ao lado do candidato José Serra. Alguns intelectuais com quem tenho co
nversado têm dividido comigo a opinião de que o fracasso do PSDB nessas eleições tem uma relação direta com a demonização de FHC, promovida lentamente pelo PT e pela oposição do antigo governo tucano. O governo FHC recebeu como herança dos outros governos a mesma oposição charlatã, ingênua e dada a factóides que se contrapunha aos presidentes brasileiros os acusando, como só sabem fazer, de serem elitistas.
O governo FHC foi o primeiro governo da redemocratização a não experimentar um caos econômico generalizado e escândalos de corrupção capazes de desconstituir as bases da melhor democracia. Não resta dúvida de que o governo FHC foi crucial para a retomada do crescimento econômico e amadurecimento das instituições. O maior erro do PSDB é, sem dúvida, não ter combatido os factóides movidos pela sua oposição, revelando a importância e qualidade do governo FHC. O ex-presidente disse à Istoé que será redimido pela história, espero que o Brasil não seja tão ingênuo ao ponto de esperar que o “oba-oba” petista chegue ao fim para acertar os créditos com o seu passado.
Ao eleger o PT pela primeira vez, o povo brasileiro achava estar optando por uma moralização que o partido traria à política brasileira, em contraponto a uma política corrupta e ineficiente que eles identificavam, erradamente, como tendo sido continuada no governo FHC. O povo não votou só contra FHC, votou contra a política em sua generalidade imaginando que o PT fosse capaz de remover todos os vícios da política brasileira, vícios que demoraram séculos para se constituírem, e como mostraram os fatos, mantiveram-se no governo petista.
Agora, o PT insiste em números e dados que revelam o crescimento econômico e desenvolvimento social da era Lula. A propaganda partidária petista incita o povo a um verdadeiro “oba-oba” em torno de suas realizações, o que não passa de uma ilusão propagandista. Desleal, Lula desponta ao povo como único responsável pelas benesses que o Brasil experimenta. Inebriado pelo apoio da opinião pública, Lula se mostra como ícone, como salvador da pátria. O fascínio que as camadas mais pobres da população têm demonstrado pelo lulismo tem se mostrado mais forte que qualquer artifício usado pelas antigas elites do Brasil para dominar os pobres e se manter no poder. Agora nos resta tentar prever por mais quantos anos o povo brasileiro se permitirá contaminar pelas falácias petistas.
O que me salva desses dias sufocantes é o som da música. Tenho vivido na voz de Ella Fitzgerald e Louis Armstrong todos os amores que deixei de viver. A música me desloca dos meus desesperos e abre para mim a porta dos amores, sonhos e sentimentos alheios. Um momento em que saio de mim e alcanço o universo dos outros. Um novo amor para cada composição, “dream a little dream of me”. Posso beijar o meu amor e lhe dizer coisas doces por quantas horas quiser, podemos dançar lentamente ao compasso da melodia de um jazz sensacional. Mesmo que esse amor não exista, mesmo que ele tenha me abandonado.
“Doces sonhos até os raios de sol te encontrar/ doces sonhos que deixam todas as preocupações para trás/ mas em seus sonhos quaisquer que eles sejam/ sonhe um pequeno sonho comigo”. “Sweet dreams till sunbeams find you/ Sweet dreams that leave all worries far behind you/ But in your dreams, whatever they be/ Dream a little dream of me”.

A corrida eleitoral para presidente está iniciada. É hora de começarmos a refletir sobre o nosso voto. Uma boa maneira de iniciar essa reflexão é eliminando alguns preconceitos, sofismas, que andam sendo ditos por aí nas rodas de discussão de política. Falarei aqui de alguns mitos sobre o PSDB e o governo Fernando Henrique Cardoso.
O primeiro dos mitos é o de que o Brasil está em uma fase áurea e que correria riscos caso sofresse uma transição para um governo do PSDB. Ledo engano. A política econômica estará segura mesmo porque os seus grandes idealizadores saíram do grupo tucano. Quando Lula assumiu o governo o fez sobre forte pressão internacional que elevou o dólar ao patamar de R$ 4,00. Uma das primeiras medidas de Lula foi indicar um nome tucano para a presidência do Banco Central – Henrique Meireles. A indicação acalmou os ânimos internacionais e provou que o PT não estava no governo para cometer burrices.
A queda do câmbio, do risco Brasil e das taxas de juros ocorreram graças a manutenção de uma política econômica inaugurada no governo FHC e demonizada pela oposição da época. O governo Lula manteve juros altos e forte superávit primário enquanto sentiu que os dois eram necessários ao Brasil. Pagar a conta do FMI, baixar os juros, feito por Lula, só foi possível graças a uma política econômica desenvolvida lentamente nos mandatos tucanos.
Outro mito é acreditar que os programas sociais do governo podem diminuir a expansão. O atual programa Bolsa Família é semelhante aos criados por FHC, a Bolsa Escola e a Bolsa Alimentação. Durante o seu governo o gasto em programas de assistência social duplicou de R$15 bilhões para R$ 30 bilhões de reais Houve evolução na saúde trazida pelos remédios genéricos e pelo nosso programa de combate à AIDS reconhecido mundialmente.
É também imaginado por alguns que o governo FHC vendeu o país. As privatizações, contudo, foram benéficas aos brasileiros, trazendo modernidade para a área de telecomunicações e reativando a Vale que se encontrava sucateada. O estado deixou de se ocupar de atividades que não são da sua alçada para que a iniciativa privada realize com a eficiência necessária.
O governo FHC enfrentou sérias crises mundiais (crise do México, crise asiática, crise russa e argentina) além de um caos energético causado pelo apagão. Lula enfrentou uma das maiores crises mundiais só que com a sorte de ter economizado por tempo suficiente para ajustar as contas. No saldo total, o cenário internacional termina por ser mais confortável nos últimos oito anos do que na era FHC.
Combatidos alguns desses mitos, está o eleitor mais preparado para saber em quem irá votar nessas eleições. Essa é a intenção do artigo. O importante, por hora, é entender que os créditos pelo período de bonança precisam ser justamente divididos.