Marina Silva (PV) conquistou um número expressivo de votos no primeiro turno das eleições presidenciais e foi a responsável pela existência do segundo turno. Agora os dois candidatos se preocupam em seduzir o Partido Verde. Mas o que está por detrás desse fenômeno que fez de Marina Silva a galinha dos ovos de ouro?
A resposta só pode ser uma: inocência. Inocência do eleitorado e não de Marina Silva. Desde o começo da eleição ela soube como atrair os eleitores desencantados com o PT e sem coragem de assumir o voto no PSDB. Vendendo uma “terceira via”, que teria como objetivo “quebrar o plebiscito no país” a candidata atraiu toda sorte de desavisados com o seu discurso excessivamente ideológico, do mundo da fantasia.
Marina Silva despertou no coração dos “marineiros” aquela velha centelha infantil que trazemos dentro de nós desde crianças, quando vivemos no mundo dos contos de fadas. No Brasil inteiro gente de todas as classes sociais se identificou com o ato cristalino, puríssimo, que seria o voto na candidata. E foram levar seu inexpressivo partido às urnas quebrando a dicotomia PT-PSDB.
Nem o PT dos escândalos revelados pela imprensa, nem o PSDB de Serra aliado a antigos grupos políticos que já governaram o país. “Tudo menos um candidato que cheire a política como ela é, tudo menos a dura realidade” era o mantra que os eleitores levaram às urnas para votar no Partido Verde. Mas porque votaram se a Marina Silva nunca teria sido eleita? Porque é assim mesmo com as coisas divinas e intangíveis, elas nunca se materializam na realidade. Marina Silva pertence o mundo das idéias, onde segundo Platão, os seres encontram sua perfeição ontológica, ela não é daqui. Ela é um verde alienígena.
Alfabetizada tardiamente, antiga doméstica, vítima de doenças e perversidades da floresta que tanto defende, Marina Silva tem todas as características necessárias para atrair essa parte do eleitorado que anseia por uma alternativa ao duro mundo da politicagem brasileira. Ela lembra um pouco o Lula sertanejo celebrado pelo PT hodiernamente e representado em filme.
Um choque de realismo, contudo, foi a dado a ex-presidenciável agora que o Partido Verde ameaça uma revolta. Marina Silva está tendo problemas para acalmar a fúria do partido por cargos, ministérios e negociatas. Ela deseja debater de maneira limpa os programas de governo e não fazer coligação oportunista. Ontem ela cancelou uma reunião com a direção do PV.
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E agora, Marina Silva, você vai apoiar o PT ou PSDB e condicionar seu discurso ideológico ao realismo do factível, desapontando seus eleitores ao verem pela primeira vez uma Marina real? É esperar para ver.
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E agora, Marina Silva, você vai apoiar o PT ou PSDB e condicionar seu discurso ideológico ao realismo do factível, desapontando seus eleitores ao verem pela primeira vez uma Marina real? É esperar para ver.


Um comentário:
Lula já foi uma utopia.
Marina consegui mais do que ele em menos tempo.
Abs, Eduardo Barão!
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