Uma Autobiografia e uma história confusa (ano: 2006)
FHC publicou a sua autobiografia este ano com o nome Arte da Política: A História que Vivi. O livro é uma narração dos eventos que ocorreram durante o seu mandato e uma dissertação sobre o seu modelo para desenvolvimento do Brasil, onde FHC explica os motivos de ter tomado as decisões que tomou e tenta resolver os mal-entendidos. No que trata dos seus próprios erros, a sua autobiografia se depara com a realidade de qualquer autobiografia escrita por político: é uma defesa pessoal, FHC confunde discurso livre com ativismo político.
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A estrutura do Parlamento brasileiro passou a ter uma nova figura durante os seus dois mandatos, junto com o crescimento da esquerda e dos partidos menores. A aliança com partidos fortes, de base parlamentar sólida, caracterizou o seu governo, viciando o Congresso e dando inicio a uma tradição. Uma espécie de relação partidária fundamentada na coligação, na divisão das pastas dos ministérios e no favorecimento político, se consagrou com FHC e passou a ser o princípio do presidencialismo brasileiro.
O ano da publicação da sua autobiografia não foi o ano da volta do PSDB ao Palácio da Alvorada. O seu partido e as forças políticas que o levaram à presidência saíram derrotadas mesmo com o movimento de denúncias movidas pela imprensa e pelos órgãos de fiscalização do Estado. O esforço feito pelos legisladores da oposição não levou o governo petista ao fracasso na reeleição; a mesma lei que lhe garantiu mais quatro anos na presidência se mostrou útil também aos políticos petistas.
Paulo Markun tornou célebre em seu livro O Sapo e o Príncipe a expressão “o sociólogo e o operário”. A história recente do Brasil, a história de um presidente sociólogo e de um presidente operário, é analisada em seu livro tratando também os aspectos da semelhança; não são tão distantes assim, um como o outro seriam lados de uma mesma moeda, moeda que manteve os partidos majoritários do legislativo (PFL E PMDB) longe da chefia.

2 comentários:
Vc como sempre escrevendo divinamente bem.. rsrsrs ainda me lembro dos tempos do dio quando vc conversava sobre filosofia ou outros assuntos comigo o qual pessoas da nossa idade nao se interessavem ou nao tinha capacidade de compreender...diziam: nossa mais o patrick viaja demais..rsrsr
pobres mortais...
vc é um homem frente a seu tempo...naquela epoca era evidente imagine agora..??
ass: luiz fernando
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