terça-feira, 19 de janeiro de 2010

O primeiro artigo que publiquei em jornal










Uma Autobiografia e uma história confusa (ano: 2006)





FHC publi­cou a sua autobiografia este ano com o nome Arte da Política: A História que Vivi. O livro é uma narração dos eventos que ocorreram durante o seu mandato e uma dissertação sobre o seu modelo para desenvolvimento do Brasil, onde FHC explica os motivos de ter tomado as decisões que tomou e tenta resolver os mal-entendidos. No que trata dos seus próprios erros, a sua autobiografia se depara com a realidade de qualquer autobiografia escrita por político: é uma defesa pessoal, FHC confunde discurso livre com ativismo político.

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FHC teve uma carreira intelectual invejável, dedicando-se a universidade e a política de forma semelhante. Foi professor por trinta e sete anos, passando por Sorbonne e pela Universidade de Berkeley. A carreira política lhe aconteceu meio ao acaso onde foi fundamental o mandato de senador que herdou como suplente. Fundador do PSDB, foi ao lado de Mario Covas e Franco Montoro que iniciou um reduto no estado de São Paulo, começando uma nova história na política brasileira. Através dele e de seu partido um novo grupo de democratas, com uma nova visão política, chega ao poder. Um movimento antagônico leva o PT a uma posição de destaque. Chega então a vez do PT e do PSDB, pertencentes a dois caminhos distintos, mas que possuem em comum o fato de terem nascido do embates que movimentaram a refundada democracia brasileira.

A estrutura do Parlamento brasileiro passou a ter uma nova figura durante os seus dois mandatos, junto com o crescimento da esquerda e dos partidos menores. A aliança com partidos fortes, de base parlamentar sólida, caracterizou o seu governo, viciando o Congresso e dando inicio a uma tradição. Uma espécie de relação partidária fundamentada na coligação, na divisão das pastas dos ministérios e no favorecimento político, se consagrou com FHC e passou a ser o princípio do presidencialismo brasileiro.


O ano da publicação da sua autobiografia não foi o ano da volta do PSDB ao Palácio da Alvorada. O seu partido e as forças políticas que o levaram à presidência saíram derrotadas mesmo com o movimento de denúncias movidas pela imprensa e pelos órgãos de fiscalização do Estado. O esforço feito pelos legisladores da oposição não levou o governo petista ao fracasso na reeleição; a mesma lei que lhe garantiu mais quatro anos na presidência se mostrou útil também aos políticos petistas.


Paulo Markun tornou célebre em seu livro O Sapo e o Príncipe a expressão “o sociólogo e o operário”. A história recente do Brasil, a história de um presidente sociólogo e de um presidente operário, é analisada em seu livro tratando também os aspectos da semelhança; não são tão distantes assim, um como o outro seriam lados de uma mesma moeda, moeda que manteve os partidos majoritários do legislativo (PFL E PMDB) longe da chefia.

2 comentários:

alguem disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
alguem disse...

Vc como sempre escrevendo divinamente bem.. rsrsrs ainda me lembro dos tempos do dio quando vc conversava sobre filosofia ou outros assuntos comigo o qual pessoas da nossa idade nao se interessavem ou nao tinha capacidade de compreender...diziam: nossa mais o patrick viaja demais..rsrsr
pobres mortais...
vc é um homem frente a seu tempo...naquela epoca era evidente imagine agora..??
ass: luiz fernando