sábado, 15 de janeiro de 2011

PROCURANDO A ESPADA DO MEU SALVADOR

Livro em Branco

                O texto deveria ser sobre política, mas não há nada de importante a acrescentar. Dilma segue com os seus primeiros cem dias de governo nomeando e mantendo ministros que indicam uma continuidade das diretrizes políticas do governo Lula. Espera-se que ela enfrente a reforma tributária e da previdência. A mais interessante mudança foi na chefia do Banco Central, com todo respeito ao genial Henrique Meirelles.
                
Minhas leituras estão atrasadas, o estudo de Direito também. Os sentimentos, contudo, não atrasam. O coração nunca para de bater. Ultimamente ele tem andando bem tranqüilo e a passos estáveis e equilibrados, com a velocidade de quem não está amando ou de quem vive um amor delicado e monástico por si mesmo.
                Ele irá acelerar sem dúvida nenhuma. Essa pausa não é uma pausa melancólica, é um momento de aprendizado, estou adquirindo maturidade e irei usá-la com eficiência quando o momento chegar. O meu coração dança calmamente ao som da bossa-nova que ainda inspira meus dias, também dá solavancos contidos ao som de bons sambas. Ah, e também suspira com os saxofones do jazz


The world has gone mad today
And good's bad today,
And black's white today,
And day's night today,
And that gent today
You gave a cent today
Once had several chateaux.


(ANYTHING GOES, COLE PORTER)
         
                Estou amando a música? Não, estou cantando ao amor. Não a nenhum amor que eu tenha tido, mas aos amores que virão. Cantando ao rosto ainda sem identidade dessa pessoa que me fita ao longe, o rosto do meu futuro amor. Como ele será?
              Não rezo para ele, contudo, canto para ele todos os dias, Deus há de entender isso como uma prece. Como as mocinhas castas de antigamente sonhavam com seus futuros esposos, único homem de suas vidas, eu sonho com ele. Sem identidade, sim, ainda. Será alto, baixo, branco, negro, como será a cor dos seus olhos?
             Em um texto antigo, eu falo do meu messias, do meu salvador. Existem sinais que percorreram o tempo e que me permitirão identificá-lo quando a hora inevitável chegar. Mas nenhum desses sinais me permitiriam reconhecê-lo na multidão. O messias é esquivo e etéreo, como uma fumaça de charuto percorrendo a escuridão da noite. Sua presença se fará notar, será visível e palatável, apenas não sei como.
             

Canto de Ossanha, de Vinicius de Moraes, nos ensina a não ir atrás de cultivar tristezas de amores passados. É justamente isso que estou fazendo, virando a página do passado e observando as folhas em branco que serão escritas. Não faltará nessas páginas nenhum elemento dos dramas gregos e dos melhores romances do período do romantismo, sem perder toda a brasilidade dos pandeiros e sem perder o charme do samba.
             Será uma bela história de amor e como será!

O poetinha da Bossa: Vinicius de Moraes






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