terça-feira, 29 de julho de 2008

SPY VS SPY (espionagem empresarial)

O buraco de Daniel Dantas é mais em cima. Os jornais têm se confundido e se agredido. Carta Capital acusou diretamente O Estadão e a Folha de terem agido a favor de Dantas em duas reportagens. FOLHA teria publicado informações sigilosas sobre a investigação de Dantas, ESTADAO teria tentado fazer de Dantas uma vítima de espionagens e conluios originados na Telecom Itália.

É fato que a Telecom Itália investigou Dantas e Dantas a investigou através da Kroll.
A procuradoria de Milão denunciou o grupo de Giuliano Tavaroli esta semana.

"mais talentosos no mister, os italianos não somente capturam o arquivo da Kroll, mas também a rica documentação em poder de Carla Cico, conterrânea a serviço do Opportunity. "

O final dessa confusão no Brasil será dificilmente a condenação de Dantas, o banqueiro conta com apoio político e conivência do STF. O que resta a Justiça é se concentrar em reaver o dinheiro, isso é mais importante que a prisão de Dantas, manter um homem preso não significa tanto para a coletividade quanto reaver o resultado de uma fraude milionária.

Um pouco mais sobre o orelhudo:

Época trouxe uma descrição dos hábitos e comportamentos de Dantas. O figurão já virou uma personagem, o interesse nele agora é também literário, a revista publicou uma imensa reportagem biográfica. Negociador brilhante e geniozinho desde os idos de faculdade, Dantas trabalha das 07 da manhã às 22 horas até nos finais de semana.

Sua carreira acadêmica foi descrita como meteórica. Formou-se na Bahia de onde partiu para Boston. Manteve contatos com célebres economistas no Brasil e no exterior. É famoso por trabalhar em pé, sentado e caminhando. Teria feito seu curso de pós-graduação sem interromper suas atividades como empresário graças ao tempo ganho dormindo em aviões e aeroportos.

Foi vice-presidente do Bradesco e no Icatu fez o patrimônio da instituição passar de Us$ 50 milhões para US$ 180 durante sua gestão. De lá para cá veio subindo na vida e participando de negócios envolvendo Brasília. O final da história: fraude e crimes financeiros. Sua história envolve políticos do período de FHC e Lula.

Resta agora saber quem será o novo figurão a ser desmascarado em mais um dramalhão público que irá terminar, graças ao sistema jurídico brasileiro, sem condenação em um processo interminável.

Os subversivos


"Os subversivos" é o nome que o jornalista J. Bernard Hutton deu ao seu longo ensaio jornalístico sobre a organização de grupos de atuação subversiva ao longo do mundo ocidental nos anos da Guerra Fria.

O livro publica documentos que revelam a participação de uma complexa organização burocrática no interior da antiga URSS para treinar e comandar ações grupais organizadas, orquestrando greves, assassinatos, atentados à bomba.

Os documentos trazem à luz a forma como Moscou tentou desestabilizar as democracias capitalistas ocidentais de dentro. Seja na Irlanda, seja nos EUA, seja no Brasil, seja na antiga Alemanha Ocidental, as ordens eram seguidas de acordo com uma política orquestrada a nível internacional pelo Kremlin.

Os partidos comunistas legalizados eram utilizados como ponto de reunião e recrutamento de subversivos que desligados do partido atuavam nas missões mais ostensivas. O livro foi publicado no Brasil durante a ditadura militar pela Biblioteca do Exército. As denúncias de J. Bernard Hutton foram usadas no nosso país para criar temor e pânico dos comunistas, servindo de justificativa para os crimes políticos cometidos pelos militares. Assim como vasta parte do acervo publicado pela Biblioteca do Exército neste período.

O que acho impressionante desta época é como os movimentos estudantis e revolucionários inundavam a juventude. A juventude que viria após 1968, seria a juventude extremamente mercantilizada que observamos hoje. A morte do discurso comunista acabou com as metanarrativas de vez. Se antes a juventude era facilmente desvirtuada pelo seu excesso de paixão, hoje o individualismo marcante criou uma legião de solitários.

Os documentos do Kremlin se referem assim aos jovens universitários: "os jovens começaram a experimentar novas sensações e ainda não aprenderam como controlá-las", "nos últimos tempos decidiram abandonar a ordem, a lei, e se engajar em militância". O Kremlin atuou na surdina durante manifestos e protestos estudantis nos EUA, qualquer descórdia com os governos era incentivada, fosse com a Guerra do Vietnã, fosse com as drogas do movimento hippie.

sexta-feira, 25 de julho de 2008

ateus, europa e eua

Nunca os europeus foram tão descrentes. A revista Veja publicou nesta semana uma reportagem sobre religião e política nos EUA e citou a europa como exemplo. Pesquisei dados sobre os europeus. Estatísticas publicadas no Financial Times sobre os franceses indicam o seguinte:

32% de agnósticos. 32% de ateus. 27% de crentes.

A mesma pesquisa aponta que somente 8% dos franceses vão à locais de culto com freqüencia. Outros países da Europa mostram dados semelhantes. Os dados ingleses eu encontrei em sites do governo: 23% são ateus. Na Holanda 29% são agnósticos ou ateus. Mas mesmo entre os crentes quase mais ninguém frequenta as igrejas com assiduidade na Europa.

Nos EUA os dados apontam um rumo completamente diverso do europeu e semelhante ao dos países pobres: 90% da população acredita em deus e 70% vai à Igreja com frequencia. Há dúvidas até da inflência da religião em matéria política. Obama e McCain citam Deus constantemente em seus discursos. Assim como o presidente Bush. Durante as eleições há sempre briga para conquistar os protestantes conservadores, os estrategistas de campanha acreditam que por eles se manterem organizados em sedes de culto são fáceis de se remobilizar para qualquer causa. Obama já foi alvo de diversos constrangimentos orquestrados a respeito de sua religiosidade, a confusão já fez 12% dos americanos acreditarem que ele seja mesmo seguidor de Alá.

In an west far far away....

(imagem do verdadeiro Wild Bill)

Na pequena cidade de Dallas, alguns anos após a Civil War americana, Stuart Heisler ambientou um dos seus melhores filme de faroeste. O nome é o Vingador Impiedoso (original Dallas). As filmagens são do ano de 1948. O astro Gary Cooper interpreta Blayde Hollister um coronel militar sulista que se tornou outlaw depois que os yankees venceram a guerra. Estranhamente, o outlaw é amigo do lendário Wild Bill Hickok, um personagem real que lutou heroicamente na guerra civil ao lado da União, participando de tiroteios fantásticos que deixaram uma lenda ao redor de seu nome.

A história se inicia com a busca do desastrado delegado federal interpretado por Leif Erickson por Wild Bill. As ordens de Washington são para o levar até a cidade de Dallas para investigar abusos de um trio de irmaõs conhecidos como "irmãos Marlow". Quando encontra Wild Bill, o delegado recebe uma resposta negativa e aceita o convite de Blayde Hollister para o substituir. Hollister tem também uma brilhante idéia de farsa: ir até a cidade de Dallas com papéis invertidos, Blayde fingiria ser o delegado federal e o delegado fingiria ser seu ajudante. Embasbacado com as habilidades de Blayde com a pistola, o delegado concorda com o plano.

A participação de Wild Bill é apenas especial, serve somente para introduzir o personagem protagonista Blayde Hollister que é fictício. Contudo, a introdução da trama, melhor parte do filme, conta com muitos diálogos com a lenda viva Wild Bill. Assistam.

terça-feira, 22 de julho de 2008

Que compara Teresina à Pasárgada


Teresina é minha Pasárgada. É aqui onde tenho tudo o que quero, é nesta terra onde conheço o Rei. Um Rei que sempre usa de sua coroa à sorte de meus caprichos.
como dizia Manuel Bandeira:

Vou-me embora pra Pasárgada
Lá sou amigo do rei
Lá tenho a mulher que eu quero
Na cama que escolherei

Vou-me embora pra Pasárgada

Aqui eu não sou feliz
Lá a existência é uma aventura
De tal modo inconseqüente
Que Joana a Louca de Espanha

Rainha e falsa demente
Vem a ser contraparente
Da nora que nunca tive....

Vou-me embora para Pasárgada!