domingo, 7 de novembro de 2010

Mais um post sobre sexo (e inevitavelmente sobre amor)



Cena clássica de a Dama e o Vagabundo
O que podemos fazer em um sábado a noite? Encontrar pessoas desconhecidas, abusar do álcool, fumar cigarros, transar por pura diversão. Transar por pura diversão? Confesso que poucas coisas podem ser tão instigantes quanto conhecer a intimidade sexual de uma pessoa, se você se viciar nisso pode sair por aí encontrando pessoas novas e descobrindo o que elas guardam de mais íntimo. Nada como vivenciar aventuras sexuais.
Não vivemos nenhum movimento social revolucionário dos hábitos sexuais, todas as transformações sociais que permitiram nossa sexualidade inusitada já acabaram. O sexo não é mais revolucionário e sentimos um vazio imenso por isso. O grande boom da sexualidade começou nos anos sessenta regado a muita música, inspirado em muito rock. O rock agora não é mais nenhuma novidade, ele vive a sua velhice. O sexo livre é praticado por pessoas em todas as camadas sociais, os antigos ideais que movimentaram a luta da contracultura se separaram do sexo livre. A liberdade sexual agora é um fato inegável para a maioria das pessoas e principalmente para os jovens.
Se antes o sexo era um meio de fazer revolução social, agora o sexo está institucionalizado e incentivado fortemente com apelo na imagem. Porém, nenhum sexo de fim de balada se compara ao sexo que fazemos com a pessoa que amamos. Em uma sociedade que apela excessivamente para a imagem, para a virilidade e para o prazer, algo inevitável ocorreu: o amor romântico foi deixado de lado nessas aventuras de virilidade. Perseguimos a beleza enquanto observamos belos mal resolvidos rechearem nossas cabeças com problemas e confusões. Por que são infelizes se a infelicidade, agora, é uma regalia dos feios e dos mal amados? É que a felicidade e o amor têm forte relação com a beleza, mas essa relação quando corretamente vivenciada sempre identificará beleza na pessoa em que amamos.   
Carrie Bradshaw de Sex and the City sempre faz uma pergunta nas suas colunas sobre sexo que assina em um jornal. A minha vai ser: já se sentiu, ao final de uma relação sexual, como se tivesse faltado alguma coisa, algo mais importante do que prazer?
A maioria de nós já passou por situações assim e isso nos incomoda muito. Não quero ser Arnaldo Jabor e repetir suas tolices de best-seller, mas concordando com ele, em um texto de sua autoria largamente difundido na internet: ESTAMOS COM FOME DE AMOR. Estamos com fome de ser amados da maneira mais démodé. O que queremos mesmo é comer macarrão como os personagens da animação A dama e o Vagabundo e sermos surpreendidos em um beijo. O que buscamos mesmo é o amor idealizado, romantizado, que se manifesta nas coisas mais simples. E não o sexo perfeito que vendem por aí.
Arnaldo Jabor encerra o seu texto denunciando uma verdade: antes ser idiota para os outros do que infeliz para si mesmo! Evite as tentações artificiais que vendem fartamente por aí. Persiga o amor, tenha ele como o seu farol, como seu guia. Faça do amor a estrela  guia que orienta a sua navegação. Se você perseguir o amor, não haverá erro, mesmo perdido no Triângulo das Bermudas.

ARNALDO JABOR. Afinal de contas, o que ele entende de sexo?

segunda-feira, 1 de novembro de 2010

DEPOIS DO RESULTADO FINAL (eleições presidenciais)

Como já se esperava, Dilma Rousseff foi eleita a primeira presidenta do Brasil. Não comentarei aqui as conseqüências de ter uma mulher na chefia do executivo porque no momento histórico em que vivemos isso é mais do que natural. Era um dia que haveria de chegar. Já há alguns anos as mulheres venceram todas as adversidades que as separavam da política. Fica a Dilma como uma alegoria apenas.

O que temos pela frente é a nítida possibilidade da candidata eleita realizar um governo melhor que o do seu predecessor se internacionalmente encontrarmos as mesmas características favoráveis que o governo Lula encontrou. E caso ocorram turbulências fora do Brasil, não é de se esperar que o país reaja com a mesma fragilidade que reagia no governo FHC e nos governos anteriores a ele.  É preciso algo muito mais grave para complicar o país. A crise econômica  mundial trouxe para Lula o ano de menor crescimento econômico de seus oito anos de mandato, mas sem desestabilizar o Brasil. Crises semelhantes ou mais localizadas ainda, em países emergentes como se assistia antes, não deverão causar abalos maiores do que a crise gerada pelos subprimes americanos.

O processo de desenvolvimento pelo qual passamos não foi de oito anos de governo Lula por mais que o PT insista em apostar no fato dos brasileiros terem pouca memória. O processo pelo qual passamos é de dezesseis anos, ou mais tempo ainda, abarcando as conquistas do governo FHC e até conquistas mais antigas em governos anteriores. O PT pretendeu comparar o governo Lula ao governo FHC com a frieza de números que analisados sem nenhum critério maior só servem para endossar o discurso “nunca antes na história deste paiz”. Os governos FHC e LULA enfrentaram dificuldades e momentos distintos para que a análise dos dois seja feita com medidas mecânicas dignas das ciências naturais e não das ciências sociais. O governo Lula só teria sido pior que o governo FHC se tivesse provocado no Brasil um retrocesso digno dos governos mais atrapalhados. As condições dadas a Lula são de longe melhores que as dadas a FHC e a resposta foi mesmo a do progresso natural. Agora, se espera que o PT continue progredindo como demonstrou no governo Lula. O que jamais saberemos, pois ficará no plano da especulação, é qual resultado o PSDB traria ao país quando governasse, em tese, em condições menos ardilosas que as encontradas oito anos atrás.


Em entrevista à Folha de S. Paulo, o cientista político de reputação internacional Joseph Nye foi claro em afirmar que o Brasil evoluiu dramaticamente nos últimos vinte anos. “Vinte anos atrás ninguém levava o Brasil a sério. Era a terra da inflação, nada funcionava. Depois que você passou a ter um real sólido e uma política fiscal sólida, a base do Brasil, com seus recursos naturais, seu potencial, aflorou. Claro que eu dou crédito para Lula, mas eu dou o grande crédito para Cardoso”, afirmou o cientista.

O mais importante agora é que o PT, mesmo narcisista, seja capaz de absorver as críticas que o governo Lula sofreu, pois caso faça isso, poderá governar com resultados ainda melhores. Mas assumir que errou não é uma qualidade petista e não espero que eles sejam capazes de fazer isso agora. O que se publicou nos jornais ontem e hoje anunciam a volta de Palocci e a manutenção de Mantega e Meirelles. Bis in idem é o que todos cogitam, porém, o PT é capaz de muito mais e já nos surpreendeu outras vezes. A política econômica deverá continuar sendo a mesma, a manutenção do tripé básico formulado no governo FHC e que revolucionou o país será mantida (as metas de inflação, câmbio flutuante e superávit primário que foi implantado ainda em 1999), mas nada impede que Dilma Rousseff venha a colocar em prática novas medidas.

Termino o artigo desejando boa sorte à nova presidente e também à oposição para que ela auxilie o país a encontrar o meio termo no debate político para que consigamos, petistas no governo ou não, continuar progredindo. Independente de qual lado político se esteja, o país e os brasileiros são mais importantes que disputas eleitorais e debates ideológicos. Minha parte será feita. Continuarei com o mesmo hobby de escrever sobre política neste espaço e de debater com os amigos as minhas opiniões. Boa sorte, Brasil!