Estamos em ano eleitoral e mais uma vez diante da chance de alterar os rumos do país. O atual Presidente foi eleito - na primeira eleição - em uma euforia por moralidade, a promessa era a de que o Partido dos Trabalhadores moralizaria a política, coisa que nenhum grupo foi capaz de fazer desde os primórdios da República.
A pergunta é: o Presidente Lula moralizou a política do país? A resposta é não. O escândalo em que o grupo petista se envolveu (o mensalão) foi tão repugnante quanto outros do governo Collor, Itamar e FHC. O país observou a compra de parlamentares para garantir a maioria dos votos no parlamento. Para conquistar governabilidade o grupo governista se aproximou de parlamentares oportunistas, sem ideologia política e os seduziu promiscuamente. Os ministérios foram divididos junto com os cargos da mesmíssima forma como se fazia antes. E fala-se até em um fisiologismo ainda mais amplo que o dos presidentes anteriores. As estatais foram dominadas pela corrupção, com destaque especial para os Correios e a Petrobrás que terminaram em CPIs.
A área social do governo teve como carro chefe o Bolsa Família um projeto de ampliação de renda das camadas mais pobres da população através de um sistema de condições. O programa teve elogios internacionais e não será abandonado por nenhum governo sucessor apesar do presidente ameaçar os beneficiários dizendo que pretende transformar os projetos sociais em lei para evitar que sucessores os abandonem. Lula faz do programa um meio de conquistar votos.
A política externa do governo teve sérias falhas na gestão dos problemas sul-americanos, não que o governo devesse ter atuado ativamente contra um ou outro caudilho (o papel do Brasil não é o de enfrentamento e se baseia na não-intervenção), mas sim por ter desfilado apoio e integração com esses mesmos caudilhos incentivando a imaturidade política dos vizinhos. O Brasil não deve criar inimizades com governos sul-americanos, igualmente errado, porém, é se aproximar justamente dos piores governos quando ainda temos ao nosso lado bons exemplos.
A política econômica foi conservadora, conquistou estabilidade e será exemplo para todos os governantes do futuro. Temos uma receita mais ou menos pronta, agora basta aprimorá-la, coisa que o continuísmo pode não fazer. Os acertos da política econômica iniciaram com a indicação de um nome do PSDB para o Banco Central, o Henrique Meireles. Será que preciso completar o raciocínio desse tópico?
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Seja em quem forem votar, observem as coisas com cautela. A campanha eleitoral televisiva será a grande cartada para convencer os eleitores, e o objetivo será alcançado manipulando dados e aplicando sofismas. Fala-se na possibilidade de Ciro Gomes fazer o ataque de Serra enquanto Dilma Rousseff aparecerá ao lado de Lula na política paz e amor.
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O PT aprendeu a brincar com o imaginário dos pobres, o ápice desse populismo foi o longa-metragem “Lula, o Filho do Brasil”. O filme chegará à casa dos brasileiros para causar ainda mais simpatia. Lula quer deixar de ser filho da mãe dele, a senhora dona Lindu, para se batizar filho do Brasil. È puro narcisismo: “espelho, espelho meu, existe alguém mais parecido com os pobres do que eu?”.

