
Hoje é aniversário dos ataques terroristas de 11 de setembro (por um defeito no programa a data da postagem está errada). No dia dos atentados cheguei mais cedo da escola e vi a televisão transmitindo ao-vivo as imagens da CNN. Pensei que era o fim do mundo ou algo assim. Eu tinha quatorze anos e voltei à escola, de bicicleta, para interromper a aula e contar a meu melhor amigo o que estava acontecendo. Narrei no corredor da escola, ofegante, o que tinha testemunhado em casa e que meu amigo desconhecia. Achava que ele precisava saber imediatamente. Éramos próximos e tínhamos idéias malucas juntos, consumíamos muita cultura americana nos filmes, nas músicas e nos livros.
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O mundo não ficou bem depois de 11 de setembro, mas minhas expectativas ainda mais pessimistas jamais se realizaram. Eu estava excitado esperando que minha vida pudesse vir a ter algo de heróico quando vi os ataques. Achava que chegaria até a cidadezinha onde morava todo o frenesi daquelas torres caídas. Esperava que os EUA voltariam a recrutar civis para a guerra, jovens de preferência, como no Vietnã... Idéia infantil compatível com a minha maturidade na época. "Os jovens americanos irão morrer na guerra novamente". Os filmes que assistia e os rocks que ouvia eram influenciados pelos acontecimentos do Vietnã e ver um Vietnã acontecer seria belo. "Ah! Nem que pelos jornais e pela TV! Seria como em O Franco Atirador...".
