quarta-feira, 30 de abril de 2008

Direito e Civilidade


Vencer as barreiras existentes entre nós em prol de uma sociedade mais justa, essas devem ser as diretrizes de qualquer governo. O brasileiro tem que se ser educado para o Brasil. Entender as diferenças existentes entre seus iguais, brasileiros, é o dever de qualquer brasileiro justo ou de civilidade. Eu sou um brasileiro com sentimento cívico, fui educado para o Brasil. Estou preparado para as diferenças raciais, de orientação sexual, sociais, físicas e de credo que esse país me impõe. Não pode haver civilidade em uma sociedade em que há exclusão, por isso o Direito justo é aquele que produz inclusão social e jamais exclusão. O Direito deve existir para permitir a socialização de todos, quem defende um Direito marginalizador é um falso jurista. O Direito justo é fator de civilidade. Nossas leis e políticas públicas devem buscar a construção de um sociedade em que o jogo social permita a revelação das qualidades individuais de todos, qual seja sua condição, com possibilidades reais de ascensão social através do mérito e trabalho.

quarta-feira, 2 de abril de 2008

Álvares de Azevedo e minha relação com a poesia


Não é à toa que eu conheço poetas e poesia. Eu tive uma educação no ensino médio voltada para os exames de vestibulares que cobravam Álvares de Azevedo quase sempre nas provas.

Hoje em dia, em homenagem a meu professor de filosofia e literatura do Diocesano, um irlandês da pele um pouco avermelhada que me falava do punk rock na Irlanda e dos cd's do U2, eu bebo com o Celso recitando os poemas do Álvares de Azevedo.

"Vivo sempre bebendo com o Celso, foi lá no São Pedro que eu renasci"

Isso é Aldir Blanc e não Álvares de Azevedo, mas com o Celso eu recito mesmo qualquer coisa.

Em um dos contos de Álvares de Azevedo, temos um estudante de direito que é tentado pelo demônio. Todos nós que somos bacharéis somos um pouco tentados pelo diabo, temos essa companhia e Álvares de Azevedo nos idealizava muito porque fomos nós quem inventamos as faculdades no Brasil.

A última mangueira que eu bebi com o Celso terminou assim:

"é tarde, amores, é tarde
uma centelha não arde
na cinza dos seios meus
por ela tanto chorei
que mancebo morrerei
adeus, amores, adeus!"

ou ainda esses outros versos de uma dessas suas personagens inspiradas nos sonhos de verão do romantismo europeu:


"toma dez bebedeiras: são dez anos.
quanto a mim tenho fé que a poesia.
dorme dentro do vinho. os bons poetas para serem imortais
beberam muito!"


Ou ainda esses versos sobre o Inferno:

"No Inferno estão suavíssimas belezas,
Cleópatra, Helenas, Eleonoras;
lá se enamora em boa companhia,
não pode haver Inferno com Senhoras!"

"se é verdade que os homens gozadores,
amigos de no vinho ter consolos,
foram com Satanás fazer colônia,
Antes lá do que no céu sofrer com os tolos"